Um ser humano sem coração?
Um homem sem emoção?
Sua afetividade vaga no espaço
Estardalhaço!
Do amor louco
Faz pouco caso.
Não vê em seu coração campo vasto
E em sua cabeça razão para fazer caso dos sentimentos confusos
Eles lhe trazem embaraço
Embaraçado se viu e se dispôs a nunca mais estar;
Não é amigo do fracasso.
Mas seus nós doem em sua cabeça
Doente de dor caminha dobrado,
Estagnado;
Esse homem se fez curvado
Caminha por aí cabisbaixo
Tendo que fazer esforço para olhar o céu estrelado.
Uma dor por outra dor
Eu? Prefiro estar doente de Amor.
O medo de sofrer lhe gerou seu maior sofrimento.
Os lapsos da paixão, já não mais permeiam sua emoção.
Homem louco
Amar não é pouco
Abriu mão de seu tudo,
Para viver em seu mundo oco.
Coração superlotado
O embuste o deixa desgovernado
O veneno seca o sangue extraordinário
O brilho se apaga;
O homem cai na vala.
A escuridão...
Lá, com certeza, só tem ele e sua fria razão
Faz seus cálculos e se refaz
Ele junta pedaços
Não forma mais que meros fragmentos do fracasso.
Ele é um estardalhaço
Palhaço de si
Escondeu-se por aí
Escolheu alguém
Jogou na teia;
Aplicou seu veneno em sua veia
A destruição é seu rastro.
Usador, sulgador, aspirador,
Vampirizador
Vampiro da luz
Vampiro da dor
Ele não é um alerta cor.
Pescador ao mar
Colecionador de estrelas
Admirador da vasta imensidão
Pobretão;
Furtador de si.
Brincador, ele brinca:
Esconde, esconde
Pique pega
Pique gelo
Pique alto
Pique daqui, pique dali...
Brinca com seu existir.
Caminha por aí como galo
Com peito estufado
Veste a camisa preta da razão
Apagou sua luz
Não por acaso.
L.L.
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