domingo, 8 de julho de 2018

Brincador


Será?  
Um ser humano sem coração? 
Um homem sem emoção? 
Sua afetividade vaga no espaço 
Estardalhaço! 
Do amor louco 
Faz pouco caso. 

Não vê em seu coração campo vasto 
E em sua cabeça razão para fazer caso dos sentimentos confusos 
Eles lhe trazem embaraço 
Embaraçado se viu e se dispôs a nunca mais estar;
Não é amigo do fracasso. 

Mas seus nós doem em sua cabeça 
Doente de dor caminha dobrado, 
Estagnado;
Esse homem se fez curvado 
Caminha por aí cabisbaixo
Tendo que fazer esforço para olhar o céu estrelado. 

Uma dor por outra dor 
Eu? Prefiro estar doente de Amor. 

O medo de sofrer lhe gerou seu maior sofrimento. 
Os lapsos da paixão, já não mais permeiam sua emoção.
Homem louco 
Amar não é pouco 
Abriu mão de seu tudo,  
Para viver em seu mundo oco. 

Coração superlotado 
O embuste o deixa desgovernado 
O veneno seca o sangue extraordinário 
O brilho se apaga; 
O homem cai na vala. 
A escuridão...
Lá, com certeza, só tem ele e sua fria razão 
Faz seus cálculos e se refaz 
Ele junta pedaços 
Não forma mais que meros fragmentos do fracasso. 

Ele é um estardalhaço 
Palhaço de si 
Escondeu-se por aí 
Escolheu alguém  
Jogou na teia; 
Aplicou seu veneno em sua veia 
A destruição é seu rastro.

Usador, sulgador, aspirador, 
Vampirizador 
Vampiro da luz 
Vampiro da dor 
Ele não é um alerta cor. 

Pescador ao mar 
Colecionador de estrelas 
Admirador da vasta imensidão 
Pobretão; 
Furtador de si. 

Brincador, ele brinca: 
Esconde, esconde 
Pique pega 
Pique gelo 
Pique alto 
Pique daqui, pique dali...
Brinca com seu existir.

Caminha por aí como galo 
Com peito estufado  
Veste a camisa preta da razão 
Apagou sua luz 
Não por acaso. 

L.L. 

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