segunda-feira, 26 de dezembro de 2016

Constante indecisão

Escolhas


Os meus pensamentos me confundem e por isso me assustam. A permanência de um estado de consciência mais que de outro, gera em mim confusão mental, pois analiso escassamente algumas partes do todo.
 O que me parece assertivo, coerente em certo momento reflexivo, é posto em dúvida após instantes. A mudança do estado de consciência proporciona a análise de outras partes do mesmo todo.
É difícil saber o que fazer, o que se sente e até mesmo o que se quer.
Conflito interno é o resultado primeiro desta contradição existente.
Preciso saber o que é ou será a melhor escolha, o que me trará maior bem-estar, o que me alegrará de fato o coração. Entretanto, como saber? A minha mente, pensamentos...me parecem muito voláteis. 
Ser racional não é tarefa com pouco grau de dificuldade, somos seres que nutrimos um mundo sensível para além de um inteligível.
A inércia é o estado no qual me encontro. Posto que não importa qual será a escolha feita, ela será posta em dúvida e refutada, serão analisados os pontos negativos para além dos positivos e a insatisfação tomará conta de meu ser em alguns ou muitos instantes de tempo.
 A vida nos põe contra o muro, nos despedaça, e, se não, nos mata. Escolhas são necessárias ao desenvolvimento individual, entretanto, e devido a tal fato consumado, seria inexorável fomentar a autoconsciência para que esta possa auxiliar o juízo, visto que a mesma é composta por ferramentas hábeis como memória, vontade, inteligência, imaginação e  percepções que se trabalhadas farão emergir "boas escolhas".

domingo, 27 de novembro de 2016

Transtornos de 'tempo'


É um querer
Uma saída de um dever
Uma partida para outro, 
Pra fazer o tempo render.

Depois... 
A volta do primeiro fazer,
O início de um terceiro.

É um não entender.
Uma questão de perceber que
Tudo se resume em nada 
E muito se torna pouco.
Uma ilusão ótica no fim de tudo.

A caçada pela sensação de granjeio se infinda.
Dias e noites transcorrem com suas particularidades óticas.
Variáveis puramente psicológicas.

São dois braços, duas pernas e uma única cuca e coração,
Para a alta demanda do meu eu, da instituição de ensino e do patrão.
Deficientemente,
 Demandas do meu eu, 
Só no fim de cada estação.

Escrava do tempo opulento;
A todos cedido,
Por todos medido.

Apreciado tempo,
Fiz de você o que coube,
O que me foi conveniente.

Arquitetando sempre ações conjuntas em minha mente,
Uma multifuncional aparente.







sábado, 12 de novembro de 2016

Os múltiplos estados de consciência



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Vivo no meio de múltiplas falsas realidades.
Tiro de minha mente os mais profundos desejos e os materializo, 
Os desprezando, logo depois, por outros profundos desejos ou pensamentos.
A mente fértil cria personagens.
Tenho medo da presença de desejos reprimidos por mim...
A mutabilidade das realidades instantâneas intimida e apavora.
Como pode um ser ter mais de um estado de consciência e transitar entre eles tao facilmente?
É um sim que é não, um branco que é preto, um roupão que se faz fantasma...
E a realidade se anula.
O que é real?
Vivemos em um mundo de aparências, de realidades perspéticas.

domingo, 28 de agosto de 2016

A existência e o 'nada'

A existência e o nada


A existência é tão complexa quanto o nada. 
Em nossa passagem pela terra...
vivemos tentando encontrar o sentido da vida. 
Procuramos e procuramos mais.
 Escavamos até que todos os músculos do nosso corpo fiquem atrofiados e dedos esfolados
 derramando sobre o vazio, as gotas da dor.
Após algum tempo no vazio
 quando já sentimos doer a alma por ter feito de tudo para encontrar o sentido da vida
 percebemos que existimos justamente para isso: para dar sentido a existência. 
Visto que o sentido da existência humana é original e singularmente a ausência de sentido.
O nada não se resume à não existência de algo ou de infinitas e incontáveis coisas, e, sim a tudo. 
O nada, até mesmo ele, precisa de nós para existir. 

Sendo o vazio construído por nós mesmos através da interação com o outro e com a natureza.

Não há motivos para dizer que o nada é ausência, no momento em que o mesmo se mostra como um amontoado de sentimentos e pensamentos pré, pós ou durante ações.

sábado, 20 de agosto de 2016

Movidos pela intencionalidade

Fora de Si


"Eu fico louco
Eu fico fora de si
Eu fica assim
Eu fica fora de mim
Eu fico um pouco
Depois eu saio daqui
Eu vai embora
Eu fico fora de si

Eu fico oco
Eu fica bem assim
Eu fico sem ninguém em mim."
Arnaldo Antunes


Reflexão sobre o conteúdo do texto:

  O homem tem uma profunda admiração para com o mundo. Ao longo de sua existência, é provido pelo entusiasmo (élan), paixão (páthos), contemplação, curiosidade e disposição afetiva. 
  Além de razão é emoção. É um ser dotado de consciência, com capacidade crítico-reflexiva, ao passo que utiliza do mecanismo de abertura de seus sentimentos para compreender a realidade, a coisidade das coisas. 
  Como se sabe "O homem nada é enquanto não fizer de si alguma coisa. Exatamente ele é para si, no sentido de ser aquilo que fizer de si".(ABRÃO, 1999). É um ser definido pela consciência, histórico e temporal/finito. Dispõe de liberdade e é movido pela intencionalidade. A partir disso, orienta sua consciência, pois experimenta, experiencia. Sua essência é formulada pelo processo de experimentação do mundo, das coisas, o que faz usufruindo de sua liberdade de fazer escolhas. O homem é possibilidade de sim e não.
  Ainda sim, existem aqueles homens que admiram o mundo de forma ingênua, medíocre. Fazem de sua existência rasa. Estes se não buscarem a transgressão do conhecimento, jamais entenderão a profundidade do ente e sua força. Nunca compreenderão a linguagem do mundo e a si próprios.
  O ser que busca a transgressão, avalia criticamente, problematiza o real, quer desvelar, desnudar, tirar os véus da fantasia. Por isso é transcendente, sai de si para fazer um percurso para além do seu 'eu', afim de conhecer outras realidades, conhecer o desconhecido.
  Por que ser imanente durante toda a existência se se pode navegar por outros mares e enriquecer-se de grandes tesouros? Naufragar é um risco que se corre no caminho, mas homens fortes, autênticos, dizem sim a vida, são corajosos, agem com responsabilidade e compromisso, são homens de boa fé, imprimem um valor positivo nas suas escolhas, são otimistas -excelsior-. Por isso, não têm medo do novo, do desconhecido, dos riscos e fracasso. Vêem isso como uma mola mestra impulsionadora para seu desenvolvimento enquanto ser.
  Já nos disse Paulo Coelho que " o medo de sofrer é pior que o próprio sofrimento". O homem inaltêntico se acovarda, foge do novo, está sempre a buscar esconderijos, subterfúgios, está sempre transferindo sua responsabilidade a outros, quer abrir mão de sua liberdade.  E por isso não transgride, é ressentido (sua ação é reprodução, nunca age, sempre reage) e vive angustiado: com insegurança, tédio, melâncolia, desespero.
  Transcender é subir à "Torre de Marfim", é fazer abstrações, é nunca parar de refletir. É crucial para desvelar a realidade e autoconhecer-se.